DO SILÊNCIO À EXPRESSÃO: UMA TEORIA HISTÓRICO-CULTURAL DA SURDEZ

Resumo

Este artigo apresenta uma análise crítica da surdez a partir de uma perspectiva histórico-cultural, fundamentada em pesquisas bibliográficas e estudos aplicados. Partindo das contribuições de teóricos como Vygotsky e Bakhtin, discute-se como a construção social e cultural da surdez influencia a identidade e a subjetividade de indivíduos surdos. Ao deslocar o foco da deficiência para a diferença linguística e cultural, a surdez é compreendida como uma experiência única mediada pela Língua de Sinais e por práticas educativas inclusivas. A pesquisa enfatiza o papel central da linguagem como mediadora do desenvolvimento humano, destacando como a aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) promove a expressão plena das potencialidades cognitivas e sociais dos sujeitos surdos. São abordados também os desafios históricos e contemporâneos enfrentados pela comunidade surda, incluindo a luta por reconhecimento, acessibilidade e direitos linguísticos. Os resultados da análise sugerem que a inclusão efetiva requer não apenas políticas públicas robustas, mas também uma ressignificação da surdez na sociedade contemporânea. Nesse sentido, propõe-se uma pedagogia bilíngue e multicultural que valorize a diversidade como elemento transformador na educação e na convivência social. Conclui-se que uma abordagem histórico-cultural da surdez contribui para uma compreensão mais ampla e humana das dinâmicas de inclusão e exclusão, promovendo o empoderamento da comunidade surda e ampliando as possibilidades de comunicação e interação na sociedade como um todo.